Açude Eloy de Souza - Cerro Corá/RN:
Localização:
A área do Açude Eloy de Souza está situada na região oeste da Bacia Hidrográfica do Rio Potengi (BHRP), no estado do Rio Grande do Norte, abrangendo uma Área de Preservação Permanente (APP) de 14,69 hectares (0,1468 km²) com um perímetro de 9,79 km. A área está localizada na zona urbana do município de Cerro Corá-RN.
O Açude Eloy de Souza foi construído em 1938 pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e possui uma capacidade máxima de 0,9 hm³. A sua bacia hidráulica abrange 30,41 hectares (0,3041 km²) com um perímetro de 4,94 km. Atualmente, o açude desempenha um papel importante na dessedentação animal, irrigação e recreação. As suas águas seguem em direção ao Açude do Pinga, que abastece a cidade e está localizado a cerca de 15 km de distância.
Geologia e Pedologia:
A APP do Açude Eloy de Souza está inserida em dois contextos geológicos:
Suíte Intrusiva Dona Inês – ocupa 71,19% da área (10,45 ha) e é composta predominantemente por granitos a tonalitos.
Formação Seridó – cobre 28,81% da área (4,23 ha), sendo composta por xistos aluminosos.
Essas formações representam 3,26% e 15,40% da BHRP, respectivamente (CPRM, 2014).
O solo predominante na APP é o Luvissolo Crômico Órtico, que cobre toda a área (14,69 ha) e representa 17,29% da BHRP. Esse tipo de solo é caracterizado pela presença dos horizontes A, Bt e C, apresentando textura argilosa no horizonte Bt, o que o torna naturalmente suscetível à erosão, especialmente em regiões com restrição hídrica (SANTOS et al., 2018).
Bioma e uso do solo
A área está inserida no bioma Caatinga, cuja vegetação é caracterizada como Savana Estépica (IBGE, 2018), dominada por espécies xerófilas adaptadas às condições de clima semiárido, com mudanças sazonais de tonalidade. O uso do solo na APP é diversificado, refletindo a pressão antrópica na região. As principais ocupações incluem:
Savana-Estépica Arborizada: 70,05%
Áreas urbanas: 17,12%
Culturas temporárias: 10,75%
Águas continentais: 6,8%
Pastagem: 1,9%
Embora a vegetação nativa ainda predomine, trechos degradados e espécies exóticas invasoras comprometem a integridade ecológica da área, agravada por atividades agrícolas, pecuárias e urbanas.
Espécies:
A área apresenta sinais de intervenção antrópica, como queimadas e plantio de espécies forrageiras na zona ripária do açude. Entre as espécies exóticas identificadas, destacam-se:
Algaroba (Prosopis juliflora)
Leucena (Leucaena leucocephala)
Ambas foram introduzidas na Caatinga para controle de erosão e produção forrageira, porém são altamente invasoras, deslocando espécies nativas e suprimindo sua regeneração, o que compromete o equilíbrio ecológico da área.